quarta-feira, 27 de abril de 2011

Dolência

Oh triste sorte que me esperas
Tira-o de perto de mim
Vãos são os sonhos, fracas quimeras
Oh triste sorte, meu triste fim!

De tanto que me agarras
Presa ao meu lado caminhas,
Sou eu mais eu nessas estradas
De reles penas só minhas.

Oro caída, já sem alento
Perdida num sentimento que nada é senão vento
Entre paredes sozinhas.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Remoto

Longe de ti nenhum lugar será meticulosamente perfeito,
Nenhuma risada terá a beleza do riso,
Nenhuma tristeza terá o cinzento do triste,
Nenhuma pessoa terá a candura do ser.
Longe de ti não existe nada
Para além do nada que abarca o desejo, a lembrança, a comiseração.
Longe de ti serei apenas um corpo vazio
Cuja alma sobrevoa o que tu guardas
Nessas mãos que me envolvem e seguram,
Com a boca que me beijas e me sugas,
Com o corpo que cobre o meu.
Longe de ti fico sozinha
Agarrada a cada ensejo que me dás.