domingo, 21 de março de 2010

Coraline


Vi as mãos de tesoura que costuraram a boneca, 
Deixei que me consciencializasse para a infelicidade.
No sonho abri uma porta e entrei
Percebi como tudo é consertável.
Uma lua que poderia ser o candeeiro do quarto
Emanava uma chama capaz de me guiar
As flores cresciam à velocidade da luz
Faziam cócegas e deixavam-me bailar!
Não posso deixar que me fechem a porta
Os sonhos não são perigosos!
Tudo é tão perfeito que não pode ser real
Talvez seja apenas um jogo que podemos jogar.
Com a leveza do ar deixo de sentir
Com a magia presente sou capaz de voar.
Posso ficar para sempre se me tirarem os olhos, vendo a realidade com outros, perdendo a minha identidade.
Vou para casa, já não posso ficar…
Oh não! Ainda estou cá.
Já não vai ficar bem, porque me cosem a boca? Eu quero falar!
Não há nada aqui, só quiseram impressionar-me.
O mundo é pequeno, afasto-me de algo que volta para o meu caminho.
Eu tinha tudo e queria mais,
As maravilhas que me criaram acabaram por me destruir,
Afinal nos meus olhos coseram botões
E a boneca, que as mãos criaram, era apenas outra forma de ver o meu mundo.

quinta-feira, 18 de março de 2010

O Lugar

Só quero estar aqui
Não importa quão mais mundo há ,
Não importa o que devo esperar porque aqui sinto o ser,
Não importa quantos mais erros vou experimentar porque aqui conheci o certo,
Enquanto houver este lugar é aqui que quero estar!

sexta-feira, 12 de março de 2010

Vazão



No meio dos olhos tristes
Reflectindo o perdão,
Vi ao longe uma luz, um desejo, pois então.
Com tanto que desejar, não podia preterir
Procurei com atenção
Para não me poder ferir.
Não prescindo, não prometo
Antes só com o receio
Do que perdida no desgosto.
Numa vida singular, numa batalha perdida,
Com tanto que desejar 
Desejei só a saída.