domingo, 18 de abril de 2010

Vaga


Sinto-me exausta, os meus olhos querem fechar,
A cama exala a cura que preciso,
Mas não poderei mais deleitar me com o prazer sem ti aqui.
Despertaste-me para dois sentimentos que há muito deixei de sentir:
O auge da satisfação pela tua presença,
A mais sombria angústia pela falta que fazes sentir.
Cada dia será apenas uma ponte para o seguinte,
Que por sua vez é a aproximação da tua chegada.
Cada um deles deixou de ser o que sempre foi.
A dúvida que tenho visto esclarecida: justifica a espera?
Repetidamente motivas-me com o agrado do teu regresso.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Desapego



Em menos de nada descobriram-se as palavras que guardavam segredos,
Descobriram-se segredos nas palavras guardadas.
Acontece sempre da mesma forma,
Nenhuma porta tem robustez para isolar o que dizem, para confinar o que ainda me foi permitido asilar.
O barulho é ensurdecedor, essencialmente pela dor que faz sentir.
O silêncio que lhe segue é ainda mais avassalador, pela mágoa, pelas falhas, pela não oportunidade, pelo fim, pela certeza que de em qualquer parte está um mundo melhor.