quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PERFEIÇÃO

A calma de um mar que é teu
A ânsia de quem não viveu…
O desejo que vai melhorar a certeza de não saber ficar,
A beleza do mais belo coral resplende a alegria e fá-la perdurar.
A pureza que enaltece a inocência

Que abarca aquilo que de melhor sobressai em cada um de nós,
O silêncio que em nenhum momento sepulta a tua voz.
Mais do que qualquer outra

és aquela que és só tu.
Tarde seria se não chegasse a dizer,

A vida espera por nós sempre que nos sentimos sós.

CÓRREGO

Há alguém que me diz
Hoje podes ser feliz,
No meio da sala oca
Com a mesma dor que sufoca
Num gesto que é comandado
Pelo prazer do pecado.
No meio da confusão
Coração versus razão
Oiço a água que soa
Parece a brisa do vento,
Talvez o meu pensamento
Ou o de qualquer pessoa.
No meio de um sonho meu
Num riacho que adormeceu
Toda a água já correu,
Apenas a vejo parar…
Uma gaivota esvoaça
Consigo ver a fumaça
Volta sempre…vai voltar!

SIGILO

“Dizem que ela chora”
Não sabem que ela grita,
Procura encontrar na lua
A resposta p’ro que a agita.
Tem medo, tem um segredo…
Olha serena p’ro céu
Enroscada no silêncio
Conhece bem o seu eu.
Deixa-se levar pelas estrelas
Onde sabe poder encontrar
Aquele cantinho seguro
Onde todos queremos voltar.
Esconde-se na timidez,
A noite vem não demora,
Não sabem que ela grita,
“Dizem que ela chora”.

MUDEZ

Há um silêncio pesado
Que entorpece o coração
Preciso acabar com ele
Assim me diz a razão.
Mas sei que vai doer
Talvez não vás responder
A angústia é tão pesada
Sinto que já não sou nada!
Era tão fácil lembrar
Era tão fácil dizer
Apenas uma palavra
Para não enlouquecer…
Estranha forma de vida
Esta minha de viver
Sigo pensando e morrendo
Quero ver acontecer!

ERMA

Entra sorrateiramente
Destrói como um furacão
Uns dizem que é amor
Outros chamam-lhe solidão.
Ninguém sabe quando vai embora
Ou se veio para ficar
Como um raio, como uma tora
Deixa o que devia levar.
Depois da destruição
Chega a fase de brandura
Sozinhos na imensidão
Procuramos outra aventura.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

MUDANÇA

Sem influência o tempo volta a fazer sentido
Leva os medos, as defesas, as inseguranças
Guarda as lembranças
Não te sentes perdido.
Está lá alguém que te faz ser feliz
Com um gesto que faz ou palavras que diz!
Pode ser algo novo que traz o futuro
Talvez o regresso ao passado,
Mas existe, algures, um lugar seguro.

REMINISCÊNCIA

Tantas vezes o desejo
É mais forte do que um beijo
Vê-te partir
Não sabe fazer-te voltar.
Fico triste, não sei sorrir
Aprendo, prometo
Não vou voltar a errar!
Nesta casa, amargurada
Envolvo-me com a madrugada
Penso em ti,
Não vou chorar.
Suave lembrança
Eterna esperança
Como posso não te amar?
Fico sozinha
Mantenho-me quieta
Tento ser mais um poeta
Algo em mim quer mudar…

BRADO

No meio da escuridão
Fujo da luz inquieta
Apago a voz que me grita
DESPERTA!
Corro por bosques sombrios
Buscando a razão de ser
A mesma voz me grita
HOJE NÃO VAIS MORRER!
De novo no quarto que é meu
Encoberta num manto de breu
Lembro quem me deixou
A voz forte grita agora
O TEU MUNDO JÁ MUDOU!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

COMBATENTE

Não te deixes enganar
Pelo que apanhas no ar,
Não te vás arrepender
Pelo que não quiseste viver,
Não permitas que o que há-de vir
Te impeça de sorrir,
Dá sempre o teu melhor
Sei que és um lutador.
E quando a vida se confunde
Parecendo ficar pior,
Pára, pensa e vê melhor!

VIDA

A vida, má, faz chorar,
Nem sempre ela me sorri
Mas gosto de te adorar,
Gosto de gostar de ti!

Numa roda a girar
Despistei-me, já caí
Mas gosto de te adorar,
Gosto de gostar de ti!

Numa canção de embalar
Gritaram, eu não ouvi
Mas gosto de te adorar,
Gosto de gostar de ti!

Olha para mim, vê-me bem
Abraça-me quando choro
Escuta-me quando imploro.
A vida nem sempre sorri
Mas gosto de te adorar,
Gosto de gostar de ti!

PADECIMENTO

Mentem os que dizem que é fácil esquecer,
Mentem os que pensam que com o tempo vai desaparecer,
Mentem os que julgam que vais deixar de sofrer,
Sofrem os que precisam de alguém para sobreviver.
Louvor aos que sempre souberam amar,
Louvor aos que guardam o que sabem não poder dar.
Infortúnio de vida
Cada vez mais cansada
Infortúnio de sorte
Há muito já acabada.
Doce solidão
Amarga melancolia
Esperançosa felicidade
Chegarás algum dia?

RESSENTIMENTO

Desodeio-te e hei-de odiar te sempre!
Pela forma como me tiraste a minha vida,
Pela prepotência com que me ocupas mesmo depois de me abandonares
Pela mágoa que deixaste, impedindo que a dor se dissipe e eu renasça.
Desodeio-te e hei-de odiar-te sempre
Porque nunca mais te vou deixar
Porque não te esqueço
Porque nenhum beijo terá a leveza do teu
Porque nenhum abraço me protegerá jamais
Porque não há nada para alé
m do que nunca houve.